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PROJECTO PIONEIRO “EMOMÚSICA”: A EXPRESSIVIDADE EMOCIONAL DE PEDRO ABRUNHOSA DURANTE 20 ANOS (1994-2014)
PORTO – O cantor e compositor português, Pedro Abrunhosa, exibe uma expressão facial e vocal emocional «congruente, consistente e verdadeira», segundo o director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab) da Universidade Fernando Pessoa, Porto, Professor Doutor Freitas-Magalhães.
Para o Professor Doutor Freitas-Magalhães, que falava hoje na apresentação dos resultados no âmbito do projecto pioneiro em Portugal “EmoMúsica”, «os movimentos e linguagens faciais de Pedro Abrunhosa são simétricos e articulados com o discurso verbal e contexto nos quais são produzidos e exibidos».
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção desenvolveu um estudo inédito da expressão e linguagens faciais e vocais de Pedro Abrunhosa, ao longo dos 20 anos de carreira do cantor, avaliando e validando mais de um milhar de horas de vídeos, sons e imagens, e concertos ao vivo, e integrado no projecto científico pioneiro «EmoMúsica”.
Para o Professor Doutor Freitas-Magalhães, «a matriz científica consensual que se aplica no exercício do estudo da expressão facial revela coerência psicofisiológica, particularmente das unidades de acção muscular associadas aos estados emocionais».
Um dos exemplos daquela «harmonia facial» é “a emocionalidade impregnada na face, na voz e nas letras” de Pedro Abrunhosa, definido pelo Professor Freitas-Magalhães como «um modelo de comunicação verdadeira, porque cumpre, na íntegra, os pressupostos da intensidade, duração e congruência contextual».
O Professor Doutor Freitas-Magalhães classificou Pedro Abrunhosa como um “escritor de emoções” e que dá “ressonância emocional intensa através do exercício musical”.
O estudo incidiu na face e na voz. As palavras são estímulos essenciais na construção da emoção.
Pedro Abrunhosa impregna as letras e as músicas na interação permanente entre um Eu e um Tu, às vezes uma mulher, às vezes um homem. Noite, dia, luz, corpo, fogo, chão, voar, frio, sol, lua, sozinho, anjo, nada, tudo, sempre, momento, barco, manhã, preto, deserto, resistir, partir, cais, beijo, céu, madrugada, vento, pássaros, mar, chorar, tempo, lágrimas, marés, tempestade, são alguns dos termos que o cantor usa permanentemente numa “dialéctica emocional, por vezes de intensidade máxima, para justificar a força da comunicação e a partilha de momentos biográficos”.
Para o Professor Doutor Freitas-Magalhães, Pedro Abrunhosa “força as palavras, por vezes em jeito de grito que vem lá do fundo da emoção, numa vivência quase de memória de quem sabe do que está a falar ou a cantar”, para enfatizar que estamos perante uma “emocionalidade de intervenção que parte quase sempre de um Eu para um Tu, sendo este último o objecto da metáfora musical”.
“Pedro Abrunhosa, quer nos seus álbuns quer nos concertos ao vivo, pretende que as palavras e as músicas façam parte, lado a lado, da emocionalidade de quem está envolvido a ouvir. É uma partilha emocional”, considerou o Professor Freitas-Magalhães, para quem o repertório “inscreve palavras e sons que apelam à emoção pura”.
“O cantor tem a preocupação de fazer com que a música ajude à respiração das palavras, daí o silêncio da voz em inúmeros momentos certos”, anotou, para esclarecer que “Pedro Abrunhosa pretende que as suas canções, ou melhor, que as suas emoções, sejam intemporais, por configurarem uma emocionalidade humana intensa”.
“Viagens” do álbum “Viagens” (1994) é um perfeito retrato emocional do Pedro Abrunhosa. Está ali toda a emoção de quem a viveu, sem amarras. É um grito emocional, um emblema, um testemunho de vida. A viagem das palavras e dos sons pela vida emocional do Pedro”, classificou o Professor Doutor Freitas-Magalhães, para quem o cantor “é um exemplo da emocionalidade portuguesa. Consegue dizer e cantar uma emocionalidade forte de proximidade, de quase saudade de estar sempre em construção emocional”.
“Por vezes, e mais do que os vestígios faciais, o compositor consegue que a voz grave e forte provoque a construção emocional de quem ouve”, caracterizou o Professor Doutor Freitas-Magalhães, para acrescentar que tal “é notório em diversas composições musicais, das quais emerge, por exemplo, “Viagens” e “Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar”.
Para o pioneiro em Portugal dos estudos científicos sobre a expressão facial da emoção na comunicação humana, «a expressividade emocional verdadeira e espontânea justifica a facilidade, a aceitação e o sucesso nacional da interacção comunicativa» de Pedro Abrunhosa e representa «um estudo de caso público exemplar no âmbito da ciência da face humana associada à música”.
Aquele linha de investigação denominada “EmoMúsica”, integra um projeto mais amplo, o “FACE”, lançado, em 2009, por aquele laboratório, e que vai permitir cartografar, ao nível neuropsicofisiológico, a expressão facial dos portugueses, com recurso a tecnologia de imagiologia.
Segundo o Professor Freitas-Magalhães, diretor do organismo, o projeto visa “mapear a emocionalidade nos diversos tipos de música portuguesa e qual a sua função no contexto da comunicação e das interações sociais”.
“A música é uma dimensão de interação humana, e de partilha de emoções, e identificar e reconhecer o conteúdo emocional que a impregna é, certamente, compreender a matriz portuguesa”, enfatizou o responsável durante a apresentação.
Entre as temáticas que são analisadas estão, por exemplo, as raízes emocionais da evolução da música, a contribuição da música na produção das emoções, a emoção de interação e as reações do ouvinte à música ou a interpretação emocional da voz.
Os investigadores pretendem que os resultados sejam um contributo para a constituição de um banco de dados de expressão facial disponível para as mais diversas aplicações sociais como, por exemplo, na saúde, na justiça e na educação.
“No final de uma década de estudo da emoção dos portugueses, que terminará em 2019, será possível traçar um retrato emocional de Portugal”, concluiu o diretor do FEELab/UFP, que considera o “EmoMúsica” um “contributo indispensável” para o fazer.
O Laboratório de Expressão Facial da Emoção, fundado em 2003, é o único do género no nosso país, sendo que o “pioneirismo e inovação” do seu trabalho científico lhe tem valido distinções por parte de diversas entidades nacionais e internacionais.
'Carta Aberta a Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa
Exmo Senhor Presidente da República
Num dos mais conturbados e tristes momentos da História Portuguesa, a última coisa farei será remeter.me ao silêncio ou assistir, passivo, ao violento bater da bigorna que tem esmagado o país. Depois de 48 anos de ditadura, altura em que a República foi suspensa e a voz da esmagadora maioria da população amordaçada, Portugal viveu uma verdadeira primavera: a Revolução de 25 de Abril de 1974. Esta, devolveu não só a voz ao povo, como, e sobretudo, a sua Dignidade. Instaurada a democracia, abolida a censura, aniquilada a vergonhosa polícia secreta, a PIDE, legalizaram.se os partidos e legitimou.se um Governo nas urnas, pela primeira vez em meio século. E assim aconteceu. O País passou ordeiramente da pior das ditaduras à candura da Democracia. E todos aplaudimos porque essa foi a nossa vontade, e, por tal sonho, milhares de portugueses haviam perecido, sido torturados ou simplesmente abatidos, na cobardia escura dum dos muitos cárceres do Estado Novo.
Volvidos 39 anos sobre a corajosa Revolução dos Capitães, pergunto.me onde teremos falhado nós os que sonhámos um País sem pobres, sem desafortunados, sem excluídos, onde haja direito a Saúde, Justiça, Ensino integralmente gratuitos para todos, todos, todos os Portugueses. Assim o consagrámos na Constituição, assim foi sufragada pelos partidos que nós elegemos, assim consta dessa suprema Lei à qual eu agora apelo e anseio se faça cumprir de vez.Onde foi, neste percurso de Democracia já madura, que decidimos que eram os ' mercados' a quem devia Portugal prestar contas e não aos seus, aos Portugueses, aos que pela manhã se levantam e labutam até ao cair do sol, aos que pagam do fundo do seu já desgastado bolso a imensa fatia com que alimentam uma obscura máquina fiscal que, por sua vez, pouco lhes dá em troca? Que segurança poderão ter os Portugueses, agora que o contrato social foi quebrado e as reformas que descontaram durante décadas servem para suprir fundos privados de ' segurança social' a quem um dia recorrerão e obterão um 'não' como resposta garantida? Que Democracia é esta? A quem entregámos nós o poder ao longo destas quatro décadas, e que lentamente foi deixando cair, um após outro, todos os avanços civilizacionais que havíamos conquistado à força do voto e da inocência colectiva? Porque regredimos tanto e empossámos um Presidente que jurou fidelidade à nossa Constituição e que, permita.me V. Exa, na realidade, a parece desprezar? Que Governos tem sido estes, por nós permitidos, que tem sabido manter as hostes bem alinhadas, bem alimentadas, numa massa balofa de nacional.favorismo onde já não impera ideologia alguma mas a lei do mais selvático capitalismo, o contratozinho assinado agora 'enquanto for ministro, secretário de estado, para dele usufruir amanhã quando for gestor da parte contrária'? Até que ponto fomos cegos ou apenas não quisemos ver que venderam Portugal fatiado, a metro, a granel às mega Corporations a quem temos ainda que pagar o que é legitimamente nosso se quisermos os ossos de volta ? Como permitiram as elites dos Partidos do falacioso 'arco do poder ' que esses nobres instrumentos de Democracia fossem tomados de assalto por uma gente arrivista, sem qualquer preparação política, anti.democaratas, que os usaram, desafazendo.os aos olhos de todos nós, para arranjarem o emprego, talvez a quimera de riqueza, que fora deles jamais conseguiriam? Como deixámos nós, eleitores, militantes, simpatizantes, que isto acontecesse debaixo das nossas barbas? Apenas pelo recato do nosso impuro silêncio. E quem ajuda V.Exa, senhor Presidente da Republica, que afinal é nosso e devemos.lhe respeito institucional, a terminar o mandato com alguma dignidade para que reste Dignidade a nós, Portugueses, pagadores de impostos e pouco mais? E que fazer a este Governo, morto como um feto no útero e que teima ainda que tem personalidade jurídica, autoridade, sabedoria? Nestes pobres e tristes dias de verão de 2013, pautados pelo calor tardio e a cegueira medíocre dos que ocupam de momento as cadeiras do poder, não me podia permitir o silêncio. Como cidadão ainda livre, reclamo eleições. Quero legitimar um Governo que me legitime e não me traía. Aja, senhor Presidente da República. Ouça aqueles que votaram em si. E, por uma vez, os que não votaram também. Somos todos Portugueses. E queremos todos estar consigo ao tomar esta difícil, mas inultrapassável, decisão. O povo Português saberá manter.se ordeiro mas não submisso. Que desta tremenda instabilidade se construa a verdadeira Paz. Em Paz. Sempre em Paz
Com os mais cordiais cumprimentos,
Pedro Abrunhosa
Lisboa, 2. Jul. 2013
Há dez anos, escrevi em artigo publicado então que a ambição de um dia vir a ser primeiro.ministro, ou mesmo, Presidente da República, faria não com que Rui Rio exercesse um mandato brilhante à frente da Câmara do Porto, mas, à sua imagem, um mandato calculista e vergado aos piores vícios do poder central cuja igual ...mediocridade pratica: as pessoas no fim. Assassinado o Porto, desertificado o Porto, abandonada a cidade por pessoas, empresas, comerciantes, que em busca de melhor vida partiram ( consulte.se relatório do INE), com uma receita fiscal que coloca a segunda cidade do País muito abaixo da pujante Guimarães ( consulte.se relatório e contas do Ministério dês Finanças ), perdas no IRC, IRS, Derrama, IMI, enfim, no consumo, não se admirem se este homem que o Poder Central vos há.de vender como Messias, se apresentar 'disponível' , como fazem os que nada sabem fazer de excepcional, para 'ajudar o País ', como dizem os que o afundam. Hão.de reparar que, de há uns meses para cá, analistas e comentadores, último reduto de tantos políticos profissionais, sobretudo ligados ao poder, talvez enganados pela distancia, pelo facto o Porto ficar mais longe de Lisboa do que Lisboa do Porto, tem iniciada uma campanha que branqueia o homem, satisfeitos que estão por Rio ter destruído aquela que foi, nao há muito tempo, a cidade forte, centro de contra.poder, local de revolta e revoluções, de visão, futuro e rebeldia. O Porto concedeu, por mais de uma vez, a Liberdade a Portugal: 1. A corajosa resistência às tropas truculentas de Napoleão, barrando.lhes o acesso pelo Norte; 2. Sendo a linha da frente da Revolta Liberal que pôs fim à tirania de D. Miguel, tendo D. Pedro desembarcado do Brasil em praias bem perto da cidade; 3. No Porto dá.se a 31 de Janeiro de 1891, a primeira revolta armada para implantar a República no País, dezanove anos antes de tal vir a acontecer. Em todos estes eventos, e muito mais que não cabem nesta curta reflexão, a cidade do Porto e os seus habitantes são ferozmente castigados: centenas de mortos, meses de resistência entrincheirada, revolucionários fuzilados e sumariamente aniquilados. No entanto a Historia faz.se dos que lutam, não apenas dos que vencem. E o Porto lutou sempre nos momentos mais aflitivos da Nação. Por isso sempre saiu vencedor. Difícil é de compreender neste contexto a passividade da cidade, envelhecida pela forçada expulsão dos seus, perante políticas municipais e nacionais que a remeteram ao farrapo que hoje é. A industria da noite na cidade, que se impôs pela resiliência dos portuenses e contra a teimosia da Câmara, anima a cidade durante o período nocturno, mas esconde o triste deserto que a baixa é durante o dia: um cemitério de fachadas abandonadas e tristes. E o único evento com o qual a CMP se empolga, as Corridas, de que gosto sinceramente, tem sido um desfiar de prejuízos, e produzem impacto nulo a curto, médio e longo prazo na imagem, economia e vida da cidade. A verdade é que o Porto se está a marimbar para o 'Grande Premio'. Acabou a Feira do Livro, mantém.se o único Teatro Municipal ligado ao ventilador, esboroa.se o mercado do Bolhao, morre Campanhã, Bonfim, Santo Ildefonso, freguesias paupérrimas que colocam a cidade ao nível dos piores índices de pobreza da Europa não Comunitária, Albânia incluída ( uma vez mais, consultem.se dados do INE e OCDE). É o homem incapaz, não por maldade, mas porque não tem mundo por dentro, que vos será vendido como Salvador da Nação, argumento que se apoiará na estafada falácia da ' honestidade'. Como se fosse uma qualidade num político, e não uma obrigação elementar. Mas esta ' qualidade' que Salazar também possuía, está longe de ser um elogio. É a 'honestidade' do ' não investimento' e da estagnação, como o homem que caiu da cadeira bem sabia: se não investir, não terei prejuízo. E assim vivia por entre galinhas no Palacio de S. Bento numa hipócrita pobreza, a sua, e uma real pobreza, a do País. Bem melhor do que eu, Nicolau Pais escreveu um notável artigo no Jornal de Negócios, edição de hoje, cuja leitura aconselho. Obrigado por me lerem, me desafiaram e contraditarem. Ao contrário do ainda actual Presidente da Câmara do Porto, não excomungo ninguém que pense de forma diferente da minha. Sejam bem.vindos ao debate.'
Paulo Portas é o melhor Anti.Estadista que este país teve o infortúnio de gerar nos últimos anos. Ao contrário de pautar os seus actos por uma noção de Estado que lhe seria expectável, de colocar Portugal primeiro, Portas é o mestre dos golpes palacianos em prol única e exclusivamente da sua agenda e ambição polític...a desmesuradas. Faz com Portugal o que, há vinte anos, fazia com o 'Independente': usa.o. Em proveito desta ambição que tenta esconder, não olhando a meios, fidelidades, compromissos, protocolos, ao não assumir atitudes de verdadeiro Homem de Estado, brinca com os instrumentos que lhe estão mais à mão: antes o jornal, agora o País. Ele, a seguir, ele no meio, e no final, ele mesmo. Para trás, a reputação de Portugal, os Portugueses, os seus sonhos, aqueles com quem se comprometeu nas ruas, nas feiras, nos apertos de mão, nos beijinhos, no Governo, com os seus pares, o seu partido, e, por fim, um chuto nos mercados que tanto diz considerar. Todos hão-de sofrer com este tipo de perfídia política. A Portas interessa sim, e apenas, ficar bem na fotografia. Nisso é um mestre. O problema é que no desenrolar dos acontecimentos da última semana, não haverá Photoshop que lhe acuda: o Anti.Estadista mostrou-se. Creio, e espero, que os portugueses não lhe perdoarão. O problema humano de Paulo Portas é simples: jamais mudará. Revela-se a cada dia, como se precisássemos de mais. Portas é um fingidor que finje a dor que não sente. Ao longo de uma já vasta carreira na política, iniciada enquanto jornalista e pelo poder conferido pelas sempre desestabilizantes ' notícias/intrigas ' que semanalmente caucionava no 'Independente', Portas nunca conseguiu ser de facto eleito para nada não ser para a direcção do Partido que dirige. Sempre minoritário, deixa uma impressão de que ser convidado a participar em governos corresponde mais à teoria do : ' Mantém os teus amigos perto, mas os teus inimigos mais perto ainda'. Assim tem agido todos os que aceitam jogar o jogo em que acabam encurralados. Preferem um Portas à vista, que um Portas algures entrincheirado numa qualquer conspiração. Se há Black Adder na corte portuguesa, aqui o tendes. Na impossibilidade total de vir algum dia a ser eleito para o quer que seja, sobretudo para primeiro.ministro, para bem de todos nós e para sua grande infelicidade, Paulo Portas dedicou-se à sábia arte da manipulação daqueles que procuram nele apoio institucional. Uma vez no Governo, reinicia todo o processo: conspirar para ascender. E, neste jogo em que a aranha atrai a mosca à sua teia, prende.a. E só a liberta se for para a mosca a ajudar a tecer teia ainda maior onde outras moscas, igualmente ofuscadas e carentes, cairão. Passos Coelho é uma dessas pobres moscas. Uma mosca morta refém de Portas. Uma vez mais. Nunca cabalmente esclarecido o caso da Universidade Moderna, nunca se tendo revelado os verdadeiros e profundos contornos dos negócios que estão na origem da compra de submarinos, helicópteros e outros equipamentos militares enquanto Ministro da Defesa, o certo é que à mulher de César não chega parecer séria. E enquanto estes processos não forem completamente escrutinados pela justiça, pelos Portugueses, Portas sairá sempre chamuscado. Porque os fantasmas que se levantam, fazem mais sentido de cada vez que, como Anti.Estadista, se torna no protagonista que gosta de ser. Para já fica uma certeza: destes negócios, e das suas contrapartidas, resulta uma factura que todos os Portuguese pagarão durante muitos anos, uma dívida absolutamente escusada que em muito contribuiu para o imenso buraco financeiro e para a ruína do País que, agora, se prepara de novo para ' ajudar a salvar'. Mumificado, o Presidente da República, também ele mosca enroscada nas mãos daquele que 'quer ser Califa no lugar do Califa', empossará mais um governo sem qualquer respeitabilidade nem legitimidade. Nas ruas, em casa, no desemprego, nos mínguos salários, na saúde que não tem, na justiça que não chega, nos medicamentos que já não podem comprar, nas escolas de onde tem que tirar os filhos, num governo onde já não se revêem nem votaram, aos Portugueses não faltarão razões de sobra para se revoltarem e indignarem. Gosto do PP. Simpatizo mesmo com o PP. É um Partido absolutamente essencial. Mas nunca gostei de ' Vichysoise'. No PP há brilhantes e verdadeiros Estadistas, homens e mulheres com ideias bem claras, pragmáticas, e genuinamente honestas. Os Partidos políticos são o maior garante da Democracia porque é deles que sairão para o Parlamento os representantes da Nação por nós eleitos. A questão é que dirigentes escolhem os Partidos e em que condições o fazem. Pode Passos estar sequestrado por Portas. E até o PR, porque já se demitiu há muito tempo de o ser. Mas não pode estar refém dele nem o País, nem o PP, e muito menos a Democracia. '
Article du 5 juin 2013 Lusojornal par Patrick Caseiro
Interview-pedro-abrunhosa-lusojornal-du-5-juin-2013-par-patrick-caseiro.pdf
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Une interview de Pedro Abrunhosa est parue dans le dernier numéro de Latitudes N°36 octobre 2009
Latitudes : les cahiers lusophones N° 36 une interview de Pedro Abrunhosa, propos recueillis par Dominique Stoenesco en juin au Boom Studios à Gaïa
Entretien avec le chanteur et compositeur portugais
Pedro Abrunhosa
Latitudes - En guise d’introduction à cet entretien, nous pourrions commencer par votre itinéraire personnel. Et notamment par Porto, cette ville qui vous est si chère.
Pedro Abrunhosa – D’abord, Porto veut dire « port », un port d’accueil, celui où je reviens toujours. Je suis né a Porto et je vis à Porto, mais je suis toujours en transit, car je voyage beaucoup, surtout à New-York, pour des raisons tout à fait professionnelles et parce que c’est là que se trouve toute l'industrie musicale du disc. Mais Porto c'est l'endroit où je reviens tout le temps, c'est ma maison, ici je me sens bien. Porto est la ville du granit, des poètes, c'est une ville de culture, avec de profondes racines historiques. D'ailleurs, pour nous les Portugais, le nom Portugal est né ici à Porto, entre Porto et Gaia, qui se trouve sur l‘autre rive du Douro. En effet, le mot Portugal vient de la jonction de ces deux lieux, Porto et Gaia qui du temps de Romains se disait Calem, d’où Portocalem, puis Portugal. Tout a commencé ici. Pour moi il y a sûrement des indicateurs sociologiques qui font un peu la différence entre le Nord et le Sud : nous sommes un pays fait de diversités culturelles, mais aussi d’unité, dont la langue est un facteur essentiel. D'ailleurs, cette langue a donné naissance à un énorme espace, appelé la Lusophonie, qui permet aujourd’hui le contact entre des peuples très éloignés géographiquement les uns des autres. Cela représente sans doute une plus-value. Ainsi, Porto se situe dans cette partie du Portugal où les choses ont commencé à bouger très vite depuis le XVIè siècle.
L. – Dans un documentaire montré à la télévison française il y a déjà quelques mois (émission “Des racines et des ailes”) vous disiez que Porto est une ville d'innovation et de création artistique dans plusieurs domaines, tels que la photo, la musique, le cinéma ou la littérature.
P.A. - Oui, Porto est une ville de culture. Je crois qu'une ville, un pays, même une personne, sont identifiés à travers la culture plutôt qu’à travers la politique. Nous sommes ce que nous faisons, ce que nous disons, ce que nous ressentons et Porto est une ville très active, très créative. Nous pouvons citer l'École d'architecture, réputée, Manuel de Oliveira, un des plus grande cinéastes, originaire de Porto, Eugénio de Andrade, qui bien que n’étant pas originaire d’ici y a vécu toute sa vie. Ou encore l'Université de Porto, qui accueille de très nombreux étudiants venant de l'espace lusophone. Puis la Casa da Música, qui est aussi un point de rencontre de la modernité ; on ne peut pas être plus osé que la Casa da Música ! Citons encore la Fundação Serralves, le musée le plus visité au Portugal et le Teatro de São João, aussi très fréquenté. Donc on voit bien que Porto est une ville imprégnée de culture.
L. – Parlons maintenant de votre itinéraire musical. Si aujourd’hui vous êtes ce que vous êtes, auteur d’ une remarquable création musicale, c’est grâce à votre travail personnel et à votre talent mais aussi parce que vous avez été formé à une très bonne école, par exemple Coleman ou Billy Hart !
P.A - Oui, c’est vrai. J’ai suivi le Conservatoire de Musique ici à Porto, j’ai fait des études à Budapest, je suis passé par toutes les étapes pour devenir contrebassiste, et je me suis spécialisé en Wagner. Ma maîtrise portait sur la direction d'orchestre et la composition. Après cela, disons que le jazz est arrivé tout naturellement, et après du jazz à la pop il n’y avait qu’un petit pas. The Duke avait une citation très intéressante : il disait qu’il n’y avait que deux genres de musique : la bonne et la mauvaise. Mon parcours musical s’est construit aussi en symbiose avec la littérature. Les mots sont très forts !
L. - On connaît vos sources principales d’inspiration : l'amour, l'absence, l'éloignement... En effet, vous accordez une énorme importance au texte et à son écriture. D'ailleurs, dans un site français qui vous est consacré, et qui est conçu et animé par une jeune femme d’origine portugaise, Fátima Leitão, celle-ci vous rend un bel hommage, à propos de vos chansons et de vos textes : "c’est la plus belle rencontre que j'ai eue avec la langue portugaise, qui m'a ouvert la porte de ses poètes et m'a donné l'envie d'aller a leur rencontre...".
P.A: La langue portugaise est une langue très belle, qui se prête merveilleusement bien à l’écriture des chansons. Les Brésiliens, par exemple, le font très bien. La chanson me séduit énormément. C’est pour cela que je prends tout mon temps pour faire des textes. Disons que la moitié du travail c'est la musique et après je commence à donner corps aux mots et je mets parfois un an pour finir un travail musical en cours. La chanson, surtout celle que l’on connaît depuis la chanson française (Gainsbourg, Reggiani, Moustaki, Brel, qui est Belge, mais qui chante en français) c’est souvent une histoire qui se passe en 4 minutes. Pour moi cela représente un formidable mystère ! C’est les cas aussi pour Bob Dylan. Être capable de raconter une histoire complète, avec un début et un épilogue, avec des métaphores, etc., le temps d’une chanson !
L. - Tout à l'heure en rentrant ici j'ai osé la comparaison entre vous et le travail du chanteur et compositeur brésilien Lenine. Parce que lui aussi accorde beaucoup d'importance au texte. Je pense que vous avez travaillé ensemblei. Pouvez- vous nous parler un peu de cette rencontre ?
P.A. – J’ai invité Lenine à jouer avec moi il y a 6 ans. Il a enregistré quelques unes de mes chansons, on a fait un album à Rio de Janeiro et quand il est sorti ce fut un succès énorme, tout à coup mes chansons, avec la voix de Lenine, ont beaucoup plu ! Nous avons fait pas mal de spectacles ensemble. D'ailleurs, j'avais déjà fait le même genre de travail avec Caetano Veloso, et en ce moment je le fais avec Maria Bethânia. Je sors un album au Brésil avec 16 de mes chansons, chantées par différents artistes brésiliens, dont Lenine. D’autres chanteurs y participent aussi : Arnaldo Antunes, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, etc. Mais avec Lenine on a vraiment une histoire en commun. Quand on se retrouve sur scène on éclate de joie et de bonheur, et aussi d’angoisse car il y a tous les aspects sociaux que nous évoquons dans nos chansons. Avec Lenine en concert c'est le top ; c'est l’un des plus importants musiciens contemporains. Je crois que Caetano Veloso lui a passé le témoin, on peut dire qu’il est le porte-parole de la culture brésilienne contemporaine.
L. - En juillet 2007 vous êtes venu en France pour présenter votre album « Luz ». Vous avez souvent des paroles très sympathiques envers la France. D'où vient votre amour pour la France et pour la culture française ? Vous dites même quelque part que vous vous considérez comme faisant partie de la francophonie.
P.A. – J’ai lu Victor Hugo à l’âge de 16 ans, c'était un moment d'épiphanie ! Cela m'a ouvert les yeux pour la suite. J’ai dévoré la littérature classique française, de Balzac à Flaubert, et de Cocteau à Baudelaire. Et je n’oublie pas aussi le cinéma qui a une importance énorme, citons Truffaut, Godard… Tout cela a beaucoup influencé ma formation, parce que j'appartiens à une génération, la dernière je crois, qui pas seulement au Portugal mais en Europe en général, a eu une grande influence culturelle française et m'a apporté une plus-value. Toutefois, maintenant, avec la globalisation, c’est l’influence anglo-saxonne qui domine. Ce n'est pas forcément mal, mais il y a des inconvénients : les enfants ne rêvent plus que de play-stations et de cinéma américain, ils perdent la notion que le cinéma ça peut être des films, des histoires, et pas seulement des bombes qui éclatent... Donc j’appartiens à cette génération très influencée par la francophonie, j’ai vécu en France quelque mois, pour y travailler comme musicien de jazz au début, après j’y suis revenu très souvent pour les concert, de nombreuses tournées partout, de Strasbourg à Marseille. J'ai étudié aussi à Lausanne, en Suisse. Mais il y a aussi une autre raison un peut plus sentimentale: j'avais une amie française, réfugiée de guerre, qui avait 82 ans, d'une douceur infinie. Elle nous a élevés mes deux frères et moi, et cela explique aussi pourquoi je maîtrise assez bien le français.
L. Vous dites aussi que malheureusement la langue, en l’occurrence le portugais, peut être un obstacle pour pénétrer dans le marché français. Est-ce encore le cas aujourd'hui?
P.A. - J'ai beaucoup joué en France et je crois que nous sommes en train de faire un bon parcours et que nous faisons bouger un peu les choses. D’abord, en travaillant à New-York, où je fais des adaptations pour le marché américain. Pour moi c'est le marché de New-York qui m'intéresse. J'ai déjà fait le Brésil,l’Argentine, le Chile, mes chansons marchent très bien aussi au Japon, en Corée, j'ai déjà joué a Hong-Kong, en Chine, mais je n’ai pas forcément réussi à m'imposer vraiment en France, parce que c'est du portugais et cela peut être un barrage. Mais les choses bougent. Le concert que j'ai fait au Zénith devant 7000 personnes a été formidable. J'avais fait une conférence à la Fnac des Halles les jours précédents, je m'adressais surtout à la troisième génération des jeunes d’origine portugaise qui étaient très heureux de voir un musicien venant du rock et qui leur apportait un souffle de renouveau, une autre vision de la culture portugaise sur la scène. Ces jeunes étaient venus avec leurs copains, ils étaient fiers d'être Portugais, parce qu'ils ne se reconnaissent pas dans cette image démodée de l'ancienne culture que le Portugal exporte encore aujourd'hui. C’est ça le problème : il faut changer impérativement l'image du Portugal dans le monde. Cependant, cette image dépassée c'est aussi la faute des Portugais eux-mêmes. On a perdu trop de temps à donner une image du Portugal de la saudade, avec des femmes habillées en noir... Il faut changer les clichés. Le marché anglo-saxon domine tout et contre ce marché il faut miser sur la qualité.
L. En littérature on a ce même problème de la langue. Certains éditeurs français ont le courage de publier les auteurs lusophones traduits en français, mais c’est très insuffisant.
P.A.- Là le problème est absolument politique. La France a beaucoup investi dans la francophonie, avec l'Institut Français qui est partout dans le monde, l'Angleterre l’a fait avec le British Council, l'Espagne avec l'Institut Cervantes. Ils ont compris que pour gagner sur le terrain de l’économie il faut d'abord réussir dans le domaine culturel. Or, la culture c'est la langue, mais le Portugal n'investit pas dans sa propre langue. Nous avons un patrimoine littéraire lusophone énorme, avec des auteurs tels que Mia Couto (Mozambique), Eduardo Agualusa, Luandino Vieira (Angola), Germano Almeida (Cap-Vert), Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís, A. Lobo Antunes, José Saramago (Portugal), etc.... Nous avons une très grande difficulté à exporter notre culture et nous ne pouvons pas le faire tous seuls, de façon isolée. Or, précisément, mon problème en France c'est que j'étais isolé, je ne bénéficiais pas de la promotion de mon pays, partout où je donnais des concerts, à Nantes, à Lyon, etc., mis à part à Bordeaux où le consul du Portugal était venu me voir en concert, je ne me sentais pas soutenu. C'est une question de priorité politique ; si c'était une réunion politique, même de 3èe. division, je crois que tous les ambassadeurs auraient été là, pour paraître sur la photo. Mais un musicien reste un musicien…
L. - A l’instant vous disiez qu’il fallait absolument changer les stéréotypes. Pensez-vous, par exemple, que cette Europe que l’on veut construire peut contribuer à ce changement ? Par ailleurs, je voudrais savoir: vous définissez-vous comme un chanteur engagé ou d'intervention? Est-ce que l’artiste doit avoir un rôle social ou politique au sein de la société dans laquelle il vit? Je pense à Chico Buarque, au Brésil, durant la dictature militaire.
P.A. - Pas forcément ; on peut évoquer aussi Bob Dylan, Lou Reed. Mais ce que je fais c’est avant du rock et le rock doit déranger (ser incómodo), et là je pense encore à Dylan, qui a inventé le rock, et qui est toujours là, ou à Lou Reed avec ses chansons qui parlent des prostituées de New-York, de ses quartiers les plus sordides. Il fait partie des plus grands musiciens du rock de tous les temps. Mais pour revenir à votre question : je ne suis pas un chanteur de variété, je suis plutôt quelqu'un qui s’appuie sur les mots pour jouer avec la réalité. Je ne cache pas la réalité, mais en même temps je ne crois pas que c’est le rôle de la musique de changer le monde ; je crois à l'engagement de tous ensemble pour changer le monde. On le voit avec le phénomène Obama : c'est le partage du rêve, faire rêver les gens. Obama appartient à la génération rock et c'est cette génération qu'il a conquise, une génération qui l’a aidé à gagner les élections. Voilà le prochain défi de l'Europe : trouver des Obamas qui écoutent du rock et qui n’ont pas peur des mots durs.
L. Donc Obama représente pour vous un changement important, en tout cas symboliquement. Mais d’autre part, vous avez un jugement assez sévère concernant la société américaine.
P.A. - Bien sûr, il y a deux sortes d'Amérique: une réactionnaire, de droite, repliée dans son coin, conservatrice, catholique ou protestante, profondément religieuse, puritaine ; et de l'autre côté une Amérique cosmopolite, plus ouverte. En résumant, c’est un pays schizophrénique...
L. - Mais revenons à l'Europe : comment la voyez vous? Il y a eu récemment des élections pour le Parlement Européen. On a aussi beaucoup parlé du Traité de Lisbonne. Quel est votre regard sur cette Europe ?
P.A. - Il y a un livre de Georges Steiner, « L'Europe, une place pour la culture ». Je crois que l'Europe doit être d’abord un concept culturel. On ne peut pas devenir un pays riche sans investir dans la culture, l'éducation, la recherche, la santé, la justice. On ne peut pas privatiser tout ça, comme on est en train de le faire au Portugal. Par ailleurs, il est très difficile d'arriver à une Europe unifiée politiquement si on n'a pas la capacité de rassembler toutes nos différences. Nous pouvons nous mélanger tout en restant des Européens. Comme les Africains, qui ne sont pas moins Africains qu’ils viennent de l'Afrique du Nord, du Sud ou du Cap-Vert. Ils se mélangent, mais ils gardent un sentiment africain et ça c'est beau à voir. Par contre, nous Européens, nous n'avons pas encore réussi à trouver une identité européenne. Moi je me sens Européen, parce que je voyage beaucoup. Pour George Steiner l'Europe est le lieu des cultures ; Eduardo Lourenço l'a dit aussi, mais cette identité culturelle nous manque encore. Je me sens Européen et je crois à une Europe forte.
L. – Est-ce qu'on va dans le bon sens actuellement ?
P.A. - C'est là le problème ; on a mal commencé, on a commencé par l'économie encore une fois et le concept de l'Europe que nous sommes est en train de développer est à peu près le même que celui de l'après-Guerre mondiale quand il fallait faire face à la présence soviétique. A l'époque c'était plausible. Mais maintenant l'idée serait plutôt de combattre l'invasion culturelle des Etats-Unis et l'homogénéisation anglo-saxonne. Les gamins qui ont 12 ou 13 ans ne connaissent que ça…
L. - Vous avez critiqué sévèrement les faibles moyens que le Portugal accorde à sa culture. Vous citiez le chiffre de 0,4% de son budget.
P.A. – C’est une honte ! Pour les politiciens la culture est quelque chose que vient après. D'abord ils ont le souci de privatiser les écoles, les hôpitaux, etc. Nous, chanteurs, poètes, nous sommes classés au rang des troubadours, nous sommes là pour animer un peu la fête. Mais non ! Nous ne sommes pas là pour ça ; nous sommes les vrais ambassadeurs du Portugal, nous sommes aussi le patrimoine culturel de ce pays et 0,4 % c'est une honte !
L. - Comment voyez-vous alors une bonne politique culturelle pour le Portugal?
P.A. - D'abord en changeant le Premier ministre actuel, les hommes politiques, et tout recommencer. Manuel Maria Carrilho avait beaucoup fait pour la politique culturelle portugaise et avait obtenu des résultats favorables, mais malheureusement il est resté très peu de temps en place. La faiblesse de vision des hommes politiques me laisse perplexe, me fait même peur, parce qu’ignorer la culture c'est plonger le pays dans la misère. En effet, l'erreur est de croire, par exemple, que l’unique priorité pour un pauvre est d'avoir des chaussures, ou un pantalon. Mais si on ne commence pas par lutter contre l'ignorance ce pauvre restera toujours pauvre, même si on lui donne des chaussures. La culture fait partie de la nourriture de l'âme, comme l'eau et le besoin de manger pour le corps.
L. – Pouvez-vous nous dire deux mots sur ce que vous travaillez en ce moment, quels sont vos projets ?
P.A. - Dans le domaine de l'édition discographique j’ai un grand projet orienté vers le Brésil, où nous sommes en train de faire un album. Nous avons déjà enregistré 7 musiciens, il en reste encore 9. Il y a aussi New-York, où je vis en ce moment et où je travaille avec le producteur de Leonard Cohen pour réaliser une adaptation du disc à la réalité new-yorkaise. Enfin, il y a aussi mon prochain album que doit sortir au Portugal, sans oublier les concerts, qui continuent…
Traduction Porugaise / em portuguèse
http://cosmeticas.org/59216.html
Interwiew Cap Magellan
http://www.capmagellan.org/interview/abrunhosavsfonseca.html
Un budget pour l’ignorance : 0,4
Le document de Manuel Maria Carrilho, publié mercredi dernier (25 mars) dans le DN, lance au centre de l’arène politique, celui qui est peut être le domaine le plus polémique/controversé et absent de la législature actuelle :
Néanmoins, s’il y a un secteur de priorité stratégique absolue qui soit, par son essence, fort, déterminant et générateur de richesses en bénéfice d’une croissance homogène et auto-soutenable du pays, c’est bien
Ayant été originalement élaborer pour être remis, comme il l’a été, à
New York, Obama, le Portugal et Salazar, vus par les yeux de Pedro Abrunhosa.
New York est suffocante. Et je ne le dis pas seulement à cause de 40 degrés centigrades, qui augmentent aussitôt que je plonge dans les âbimes du métro. Non. New York est suffocante également à l'intérieur du frais de l'air conditionné que les magasins poussent au maximum, des portes grandes ouvertes pour que de la rue on puisse sentir la bouffée de fraîcheur qui émane des comptoirs où des vendeuses-genre-couverture- de-Maxmen sourient même quand j'entre seulement pour faire semblant de regarder des étiquettes dont, apparemment, je discute les prix. En passant par ces rues, qui débordent de multiples diasporas, il est impossible de laisser derrière soi le sentiment que l'amérique est en train de changer, que l'Histoire s'est écrite tant de fois dans ces quartiers durant le siècle dernier, raison pour laquelle, fatalement, ce sera aussi ici que, une fois tombé le dernier refuge de l'innocence, s'écrira la décadence, ce dernier mot auquel les empires se destinent inéxorablement. Maintenant, que se sont écoulés presque sept ans depuis le 11 septembre, la ville s'est transformée en puits de paranoïa contenue, d ' avidité obnubilée par la consommation de « choses », où nous semblons tous appartenir au futur, une espèce de Blade Runner sans voitures aériennes mais avec des caméras de tous les cotés , policiers, voyants, musiciens-mendiants, touristes au nez enfoui dans des plans qui les déversent dans des réduits/cagibis où ils se retrouvent tous, néons, granit, sueur et asfalte, fumettes et taxis frénétiques dans des klaxonements fous, un brouhaha galopant qui empêche l'âme de penser. C'est le suffoquement actuel de New York. . Une ville qui vit au sommet de la catastrophe imminente et où nous sommes tous suspects, en même temps que gaspilleurs et consommateurs, adjectifs magiques que les empires vénèrent. Et, néanmoins, on lit, on voit, on sent le mot HOPE, écrit de tous les cotés. C'est le nom omniprésent d'un pays qui, finalement, affronte sa schizophrénie. C'est le nouveau nom de cette ville. Je me rappelle avoir visité Berlin dans les années 80, un peu avant la chute du mur et de sentir la même pulsion de changement, tellement la ville était proche du précipice . Le changement viendrait. Le mur est tombé. Parce que la somme de la volonté des Hommes fait la volonté inéxorable de l'Histoire. Ici, dans HOPE, ce serait facile d'utiliser la métaphore du mur pour parler de ceux qui doivent encore tomber. Parce que certains tomberont , mais d'autres, tenaces dans leur ruine, lamentablement se maintiendront. Cette année est néanmoins celle où le monde entier pourrait, pour la première fois, dire sans aucun embarras : I'm american. Parce que HOPE est aussi le nom d'un homme, noir, charismatique, jeune, audacieux, courageux et, surtout, impertinent comme doivent être les hommes. Obama pour les uns, cauchemar pour ceux qui nourrissent la paranoïa et le changement pour tous. New York est suffocante mais respire les temps qui viendront comme aucun autre endroit au monde . Ce pays n'est pas pour les vieux.
ABRUNHOSA MADE IN FRANCE
Interview du musicien portugais le plus emblématique de sa génération
24/04/1998 -
L' auteur-compositeur le plus international de la nouvelle vague de musiciens portugais PEDRO ABRUNHOSA fait actuellement un tour de France, à l'occasion de la sortie le 19 mai de son premier album en France, une compilation de ses deux albums précédents sortis au Portugal avec en prime des reprises dans la langue de Molière.
Jose Marinho Le deuxième album "Tempo" est sorti au Portugal fin 96, disque vendu a plus de 200.000 ex. Enregistré aux Etats-Unis, entre Memphis et Minneapolis avec les musiciens de Prince, les New Power Generation et supervisé par un ingénieur du son très connu aux Etats Unis, Tom Tucker qui travaille beaucoup avec Prince. Pourquoi êtes-vous allé jusqu'aux USA chercher des gens célèbres comme les musiciens de Prince pour enregistrer un album ?
Pedro Abrunhosa Pas forcément parce qu'ils étaient célèbres mais parce qu'ils étaient bons. C'est aussi pour le son des studios de Prince, Paisley Park. Il les avait fermés à ce moment-là car il avait des problèmes avec sa maison de disques. Je lui ai proposé d'enregistrer mon disque à Minneapolis car je cherchais ce genre de son, à la fois funky, à la fois rock lourd (…) avec une précision extrême, scientifique, pure. On utilise d'ailleurs aucune machine, ce ne sont que des musiciens. (…)
JM Vous avez réalisé deux albums en 2 ans avec 2 millions de spectateurs pour les concerts que vous avez fait à travers le monde…
PA Il faut dire que j'ai 37 ans, je suis musicien professionnel depuis 20 ans, j'ai joué du jazz, de la musique classique. Ma formation était académique. J'ai eu de la chance de venir d'une famille bourgeoise de Porto. (...) Après je suis parti à Budapest pour étudier dans la fameuse Académie de musique. J'ai pas mal voyagé, j'ai joué avec des musiciens de jazz un peu partout dans le monde. Mon premier disque "Viagens" a été publié en 94.
JM Ce troisième album qui en fait est le premier en France est une compil des deux albums sortis au Portugal. Le premier s'est vendu à 350.000 exemplaires.
PA La vente des deux albums a atteint au Portugal, 500.000 exemplaires. Le premier se vend encore. Dans le monde, l'endroit où on a le plus vendu, c'est le Brésil. Pour ce troisième album publié chez Polydor France, on a voulu faire en prime des chansons bilingues en portugais et en français qui traduisent un peu l'esprit (...)
JM La chanson "Si je voyais à travers tes yeux", a t'elle été enregistrée au Portugal ou en France ?
PA Au Portugal, aux USA, et en France. La basse au Portugal, ensuite les cuivres à Minneapolis et la voix française en France.
JM Il y a une certaine recherche musicale, des échanges culturelles et artistiques…
PA Je crois que le futur de la musique, c'est ce genre de métissage culturel, qui donne des produits assez curieux, comme le fait David Byrne par exemple de façon un peu plus ethnique. Mélanger la pop et la chanson française, c'est ce que j'ai fait là. Mes racines sont vraiment dans la funk, dans la soul, dans la musique noire américaine. Mais comme Européen, comme Portugais, je vois le monde par mes yeux bien sûr.(…) J'ai aussi beaucoup écouté Brel, Brassens…
JM Est-ce qu'il y a des concerts prévus en France ou dans les pays francophones puisque maintenant vous chantez en français…?
PA On a pas mal d'invitations mais en ce moment on est au milieu d'une tournée mondiale, je reviens du Brésil, j'y retourne pour faire des concerts avec Caetano Veloso. On fait une tournée ensemble, on enregistre ensemble. Après je vais au Canada, aux Etats-Unis, puis je reviendrai en Europe pour des contrats que l'on a en Italie, en Allemagne, au Danemark. On est en train de monter une vraie tournée en France. (…)
JM Je tiens à rappeler que c'est une jeune association Cap Magellan qui vous a emmené pour la première fois à Paris pour un concert…
PA C'était peut-être un des moments les plus importants de ma carrière (…) c'était le 17 mai (97) au Zénith. (..) Cela s'est fait parce que le public l'a désiré et parce que Cap Magellan l'a mené à bien. C'est ce qui a déclenché le disque en français. C'est vraiment çà. (…)
JM Aujourd'hui il y a une ouverture au marché français, il y a une ouverture au marché anglo-saxon, est-ce que le Portugal est devenu trop petit pour vous ?
PA Quand on est là où j'en suis, on doit élargir le marché. A la fois à cause des chiffres mais aussi par l'aspect artistique. On ne peut rester à l'intérieur des frontières. Ce qui casse vraiment les frontières, c'est l'art, c'est la musique. La conquête du marché international est un pas naturel après ce qui m'est arrivé au Portugal.
JM Pedro Abrunhosa, après cette célébrité internationale, puisque vous êtes devenu une star, que souhaitez-vous d'autre dans la vie ?
PA Vous savez, être célèbre n'est pas une profession, on est connu parce qu'on a fait quelque chose (…) donc je ne suis pas une star (…)ce que je souhaite c'est faire mieux, faire un autre disque encore mieux, c'est difficile. Ce qui me fait bouger dans la vie, ce sont les défis, je crois que c'est ce qui fait bouger tout le monde…
JM Je rappelle que pour l'Expo 98, à Lisbonne Pedro Abrunhosa donnera un concert avec le grand musicien brésilien Caetano Veloso le 23 juillet et que l'Expo se terminera par une "Abrunhosa night" le 5 septembre. Muito obrigado Pedro Abrunhosa.
Merci et que la musique soit avec vous ! Interview réalisé par José Marinho le 23/04/98 - RFI (Mediascom)
http://www.rfimusique.com/musiquefr/articles/060/article_14241.asp
Pedro Abrunhosa &
Bandemonio
La barbiche bien dessinée et les
allures de rocker en rupture de
ban, Pedro Abrunhosa est un
Portugais de Porto qui a multiplié
les collaborations internationales
en tout genre (Maceo Parker, des
musiciens de l’entourage de Prince
ou de Boulou Ferré). Venu du jazz,
il accède au succès international en
1995 avec l’album Viagens, et à la
couverture du magazine américain
Billboard, grâce à un éclectisme
effronté, confirmé par Tempo, son
dernier opuscule (Polydor).
Zénith, 211, avenue Jean Jaurès,
Paris 19e . Mo Porte-de-Pantin.
19 h 30, le 17. Tél. : 01-42-31-31-31
Le monde du 18 et 19 mai 1997
PORTO • Un pont vers le XXIe siècle
Inscrite au patrimoine mondial de l'humanité, capitale européenne de la culture en 2001, la deuxième ville du Portugal est à l'honneur. Une occasion en or pour mener à bien des projets d'aménagement trop longtemps différés. 12 mai 1999 Courrier International
La ville de Porto, récemment déclarée patrimoine mondial de l'humanité par l'UNESCO, sera capitale européenne de la culture en 2001. Bruxelles a finalement pris sa décision après de longues et difficiles discussions entre les responsables des villes candidates et les ministres de
"Porto n'avait pas besoin de partager ce titre avec Rotterdam. La cité a en elle toutes les potentialités nécessaires. J'espère que Fernando Gomes [le maire, socialiste] n'oubliera pas l'histoire de Porto et la culture qui l'imprègne, parce que le passé historique de cette ville s'impose et parle de lui-même", a affirmé le réalisateur Manoel de Oliveira.
"Il est grand temps que les responsables culturels et politiques qui se sont élevés contre l'hégémonie de Lisbonne exigent que le pouvoir central libère enfin les financements nécessaires pour couvrir les importants projets qui ont systématiquement été repoussés jusqu'à présent à Porto. Il reste beaucoup à faire pour 2001. Porto n'a par exemple aucune salle de spectacles de niveau européen qui puisse accueillir 10 000 personnes. Le pouvoir central n'a maintenant plus aucune excuse : il devra fournir à Porto les aides nécessaires",
a renchéri le chanteur Pedro Abunhosa.
C'est en janvier 1997 que le ministre de
Le choix de Porto pour l'installation du Centre portugais de la photographie et le coup de pouce apporté à la création du musée d'Art contemporain de Serralves [qui sera inauguré dans les jours qui viennent] ont permis de mettre la touche finale au projet sur lequel reposait le pari du ministre de